Marta Castelo




Nasceu em Lisboa em 1980. Frequentou o curso Geral de Artes, na Escola Secundária de Ensino Artístico e Tecnológico António Arroio. Licenciou-se em Artes Plásticas - Curso de Escultura, na Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa. Foi bolseira do Programa Erasmus na “Universität der Kunst Berlin” no ano de 2004. Em 2006 e em 2007 realizou residências artísticas na área de escultura em cerâmica nas Oficinas do Convento — Associação Cultural de Arte e Comunicação em Montemor-o-Novo. Dos diversos Workshops que realizou destaca-se: “Intervir na Paisagem” (2006) com orientação do Escultor Alberto Carneiro, integrado no projecto Margens com coordenação de Sara Antónia Matos e do qual resultou o trabalho “Descoberta de um Espaço” publicado no catálogo “Margens - Arte Contemporânea”, coordenação Sara Antónia Matos, editado pelas Oficinas do Convento; “2ª Oficina de Etnocerâmica de Cabo-Verde “ (2007) orientado pelas oleiras Saturnina Tavares e Isabel Semedo da localidade de Trás di Monte no Concelho do Tarrafal, Cabo Verde, Montemor-o-Novo. Em 2008 trabalhou como assistente da Escultora Virgínia Fróis. Realizou variados cursos no âmbito da fotografia na escola Atelier de Lisboa dirigida pelo fotógrafo Bruno Sequeira. Concebeu e realizou em conjunto com Carolina Silva e Maria Remédio o projecto educativo “Juntar Água para compor histórias”, Oficina de Expressão Plástica na Escola Primária de Trás-di-Monti, Ilha de Santiago, Cabo Verde. Participou em diversas exposições das quais se salientam a exposição de finalistas da Faculdade de Belas-Artes, no Jardim do Palácio dos Arcos em Oeiras em 2004, a exposição da 3ª Edição Anteciparte 2006 e a sua primeira exposição individual intitulada “Terra construída”, realizada em 2008 na galeria municipal de Montemor-o-Novo.
Está representada na colecção da fundação PLMJ


“No meu trabalho tento problematizar a questão do que é ou não é possível de aceder a partir da observação das coisas. Formalmente, tenho realizado trabalhos que configuram construções. Não pretendo questionar a disciplina da arquitectura nem de pensar as minhas esculturas como possíveis maquetas de arquitecturas reais, mas construir algo que remete para si próprio. A construção é símbolo da manifestação universal e por isso procuro que as construções sejam uma manifestação material de um enigma que é a sua própria existência. As formas labirínticas e/ou disfuncionais bem como as relações dicotómicas de manifestação/ocultação, interior /exterior fazem parte do meu trabalho e pretendo com isso impelir o observador a percorrer mentalmente os espaços externos e internos da escultura, em busca de alguma coerência ou de algum sentido naquela existência. Como todas as construções têm a materialidade como suporte, tenho vindo a incidir grande parte da minha atenção na matéria utilizada na elaboração das esculturas – barro. Em duas esculturas que apresento nesta exposição, permito que o material interfira e determine o resultado formal da obra. A valorização do material passa por assumir as suas características e os seus movimentos intrínsecos. Tal confere às esculturas um carácter mais orgânico, irregular e até mesmo mais natural em oposição às construções rectilíneas anteriores.”