Conversa "BD brasileira em Portugal" - 28 Agosto - sexta-feira - 22H00

Conversa “BD Brasileira em Portugal”com João Miguel Lameiras, Paulo Monteiro e Sara Figueiredo Costa

Parceiro Dr. Kartoon Coimbra Bedeteca de Beja e Festival Internacional de Banda Desenhada de Beja


Conversa sobre as edições brasileiras que foram chegando a Portugal, desde as revistas de super-heróis em formatinho, e os títulos da Bonelli distribuídos pela Mythos, até numa fase mais recente, os álbuns de autores brasileiros distribuídos pela Devir, passando naturalmente por publicações marcantes como as revistas Animal e Chiclete com Banana.

O mercado português de banda desenhada atravessa uma fase complicada, resultado de uma convergência de factores onde se destacam as escolhas editoriais e o desinteresse do público relativamente ao que se traduz. Com poucas edições a saírem para as livrarias, a oferta é pobre e sem capacidade para inverter a situação. Mas, e se as escolhas fossem outras, os livros não venderiam? Analisando o que se passa noutros mercados, tudo indica que sim. E nessa análise, a banda desenhada brasileira ocupa um papel relevante, tendo em conta a óbvia partilha linguística e todas as facilidades de comunicação (não só de leitura, mas de diálogo franco entre autores, editores e públicos de ambos os países) que essa partilha permitiria. Conhecemos mal o que se faz no Brasil, e não apenas no campo da banda desenhada (a literatura e o cinema são áreas onde a situação adquire contornos semelhantes, mesmo que as fronteiras comecem, lentamente, a ser derrubadas). Ficámos com a herança de Maurício de Sousa, de Ziraldo, e pouco mais. Mas fora da bd mais comercial, o Brasil tem um mundo de autores, trabalhos e descobertas para oferecer. Assim o mercado editorial português queira pensar no assunto com dedicação.

João Miguel Lameiras é licenciado em História da Arte pela Universidade de Coimbra, e Mestre em História da Arte Moderna pela mesma Universidade, tendo trabalhado como conselheiro editorial das edições Devir e tradutor de Banda Desenhada para as Edições Devir e Vitamina BD. Desde Outubro de 2006, é um dos proprietários da Livraria Dr. Kartoon, livraria de Coimbra, especializada em Banda Desenhada.

Actualmente escreve regularmente sobre Banda Desenhada no Diário As Beiras, e no BD Jornal, mas para além disso, colaborou no fanzine Nemo e nas revistas Selecções BD, Megascore, Quadrado, Biblioteca, Umbigo, Maca e Comix, de que foi Director Editorial, tendo ganho por 3 vezes o Prémio de Imprensa do Festival de Banda Desenhada da Amadora com os seus textos sobre Banda Desenhada.

É formador do Programa Foco, através da APEVT, com uma acção de Formação sobre “A Banda Desenhada, potencialidades sócio-educativas e modelos”. Foi membro do júri do IPBL, responsável pela atribuição das Bolsas de Criação Literária do Ministério da Cultura, relativas ao ano de 2002 e comissário de várias Exposições sobre BD, para os Festivais do Porto, Lisboa e Amadora, com destaque para Coimbra na Banda Desenhada, integrada no programa de Coimbra, Capital Nacional da Cultura 2003.

Como argumentista publicou os livros Crossroads e A Revolução Interior (com João Ramalho Santos e José Carlos Fernandes) e Éden 2.0 (com João Ramalho Santos e Luís Louro), tendo igualmente publicado (com João Ramalho Santos), As Cidades Visíveis um ensaio ficcionado sobre a série de BD As Cidades Obscuras de Schuiten e Peeters, co-editado pelas Edições Cotovia e pela Bedeteca de Lisboa, em Outubro de 1998.

Paulo Monteiro começou a desenhar muito novo e fez a sua primeira exposição de ilustração aos 13 anos. Licenciou-se em Letras pela Universidade de Lisboa e fez uma pós-graduação em História da Arte. Em 1994 foi viver para Beja, onde ainda reside. Apesar de ter ocupações e interesses muito diferentes, dedicou-se sempre à ilustração, tendo ilustrado cerca de 30 livros para crianças (Verbo, Relógio d’Água, Caminho, Rua Sésamo, etc.). Também escreveu alguns… Publicou dois fanzines de poesia e tem corrido o Alentejo para falar de ilustração e banda desenhada nas escolas (já visitou cerca de 100 escolas).

Nos últimos 4 anos tem-se dedicado essencialmente à banda desenhada, enquanto autor, publicando regularmente os seus trabalhos nos fanzines Venham + 5 e Barsowia, da Galiza. Também publicou nos fanzines Café e cigarros, Efeméride e Alçapão. Fez várias dezenas de exposições de pintura, ilustração e banda desenhada, quase todas em Portugal, mas também em França, em Itália e em Espanha.

Deu início ao Toupeira – Atelier de Banda Desenhada em 1996, e dirige desde 2005 a Bedeteca de Beja e o Festival Internacional de Banda Desenhada de Beja.

Sara Figueiredo Costa colabora com diversas publicações, assinando crítica de literatura, banda desenhada e ilustração. Mantém o blog Cadeirão Voltaire, dedicado aos livros, à leitura e à literatura, e o blog Beco das Imagens, em co-autoria, inteiramente dedicado à banda desenhada e à ilustração. Tem colaborado em exposições, colóquios e eventos vários no âmbito da banda desenhada, nomeadamente com a Bedeteca de Lisboa, a Bedeteca de Beja e o Centro Nacional de BD e Imagem da Amadora.

Festival Internacional de Banda Desenhada de Beja

Entre os eventos organizados pela Bedeteca, o Festival Internacional de Banda Desenhada de Beja é sem dúvida o mais importante.

O Festival tem a preocupação de mostrar algumas das tendências e movimentos mais relevantes no campo da banda desenhada contemporânea, juntando autores incontornáveis a nível mundial com autores que iniciam agora o seu percurso.

Outra característica do Festival é o facto de insistir numa Programação Paralela muito diversificada ao longo dos 15 dias de duração do mesmo: apresentação de projectos, ciclos de cinema, colóquios, concertos, lançamentos, noites temáticas, oficinas e workshops para todas as idades (e em matérias muito distintas), sessões de autógrafos, etc.

Todos os anos o Festival se estende pelo centro histórico: para além de concentrar uma série de exposições no núcleo principal, a Casa da Cultura, tem alargado a sua acção a espaços tão diversificados como a Biblioteca Municipal, o Conservatório do Baixo Alentejo, o Convento de São Francisco, a Galeria do Desassossego, o Museu Jorge Vieira - Casa das Artes, o Museu Regional de Beja, etc.

Todos estes espaços estão situados a pouca distância uns dos outros, permitindo ao visitante percorrer os vários núcleos com facilidade.


http://www.festivalbdbeja.net/