EXPOSIÇÃO IDENTIDADE NACIONAL - pontapé de saída - Inauguração dia 13 Junho | sáb | 22 horas

A Galeria Santa Clara dia 9 de Junho de 2009 completa 16 anos de existência.
Está em plena adolescência e revela características próprias desta fase da vida. Questiona e afirma-se na sua identidade.
A par da afirmação da identidade e do seu aniversário, surge uma interrogação, mais do que um mote ou tema, define-se o projecto “ Identidade Nacional – Pontapé de Saída”.

Cria-se uma equipa. Olga Maia da Galeria Santa Clara; João Baeta, artista plástico e responsável pela programação do Espaço Ilimitado-núcleo de difusão cultural no Porto;
Luís Herberto artista plástico, residente em Lisboa.

Este projecto parte do principio que encerra nele próprio pistas, outros conceitos, outras formas, perspectivas diferentes, que por si só seriam assunto para desenvolver outros projectos, outras exposições.


“Identidade nacional - pontapé de saída” questiona se será Portugal adolescente, com seus 900 anos de existência. Quem somos hoje? É suposto que existam problemas de identidade ou será patológico? É possível diagnosticar e se sim qual o tratamento preconizado? Qual o prognóstico?
E onde actua a globalização?

Nesta problemática encontrámos vários sintomas inequívocos de falta de identidade, de carácter no colectivo:
Tradições e costumes são tomados como regras. A diferença é olhada com desconfiança. A cópia é a regra.
Fazer como sempre se fez ou como o colega do lado faz sem questionar;
A iniciativa é vista com desconfiança ou inveja.


Falta a experimentação. Errar é preciso!
A comodidade e a segurança são as preocupações fundamentais (é melhor não fazer, vai dar problemas…);
Claro que as pessoas se podem enganar, cometer erros. Não é asim que amadurecemos?
Valorizar a criatividade, encontrar novas maneiras de fazer as coisas.

As autoridades, grandes ou pequenas, são sempre uma prova de fraqueza e de determinação primária do poder. Hierarquias. Corporativismos. Dividir para reinar.
Não há que ser subserviente à “autoridade”, não há que ter medo da “autoridade”.
Não há que estar de acordo onde não existe conhecimento e responsabilidade, coerência, consistência.

As árvores genealógicas, as relações de influências, dão legitimidade a quem não é merecedor. A quem não age no interesse de todos.
O reconhecimento por indícios exteriores de sucesso ou de riqueza, é critério
Há que avaliar, aceitar as qualidades das pessoas, as diferenças, por si mesmas e pelo seu carácter, pelo seu contributo ao colectivo. Seu altruísmo.

A quantidade de leis! De coimas por tudo e por nada! O cidadão, até prova em contrário, presume-se criminoso. Antes de fazer seja o que for é preciso saber se é permitido… E mesmo que seja permitido haverá certamente uma quantidade de burocracias, de licenças e de autorizações a obter e de serviços públicos a percorrer;
Libertar sem paternalismos...

Após diversas conversas e trocas de impressões, foram feitas escolhas. Surgiram 8 nomes, de norte a sul do país. Oito como os braços de um polvo...

Cada um dos artistas tem a sua abordagem. As suas interrogações. As suas respostas.

Convidamos-vos a participar neste projecto, nesta discussão, neste pontapé de saída. Não existe outra fuga, outro caminho, além de seguir em frente.