Luís Mateus trouxe:
E digo: deixa-me acender o cigarro.
Há um instante em que o gesto tem voz. E intervalos. Por
isso não me separo da ruína dos teus dedos.
Antes respiro a palavra da tua mão na
Linha do teu ombro.
Todo o corpo no silêncio do pescoço.
E eu, que não sei desenhar, fumo um
cigarro na linha das tuas pernas.
Maria Quintans, Apoplexia de ideias, Papiro editora